terça-feira, 26 de junho de 2012

ANVISA E OS MODERADORES DE APETITE


A última edição do Boletim de Farmacoepidemiologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgada nesta terça-feira, usa dados sobre a venda de inibidores de apetite entre 2009 e 2011 para justificar sua proibição — com exceção da sibutramina, os medicamentos desta categoria tiveram a venda proibida no Brasil a partir de dezembro de 2011. No levantamento realizado em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, a agência alerta: quando há aumento de 1% na população obesa, a venda de inibidores de apetite cai em 8,3%. O boletim afirma que, no período, houve "distorções em relação à população alvo, ao uso continuado e à combinação medicamentosa." Ou seja, seria um indício de que os medicamentos estariam sendo mal prescritos pelos médicos.
Especialistas ouvidos pelo site de VEJA, no entanto, discordam dos resultados encontrados pela Anvisa. "Não se pode fazer uma relação de causa e efeito entre duas variáveis que não são, necessariamente, dependentes", diz Ricardo Meirelles, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). De acordo com o endocrinologista, a interpretação do órgão é tendenciosa. "A partir da mesma pesquisa, eu poderia afirmar o contrário: que o número de obesos aumenta quando há queda no uso de remédios, por exemplo", diz.
O boletim também traz a informação de que 79% do consumo de inibidores depende de consumo passado — são casos de pessoas que já haviam usado o medicamento antes e que voltam a usá-lo. A obesidade, como se sabe, é uma doença crônica. "Uma pessoa pode tomar o remédio várias vezes, porque volta a engordar. Isso não significa que ela está fazendo uso exagerado da droga", diz Meirelles. Levantamento realizado pelo médico afirma que, em 2010, apenas 1,7% dos obesos brasileiros e 0,5% das pessoas com sobrepeso estavam sob medicação. "É um número muito pequeno, não dá para correlacionar duas grandezas, como a Anvisa fez", diz.
Em defesa própria – Para Amélio Godoy, ex-presidente da SBEM, a conclusão da Anvisa tem um propósito claro. "Ela está saindo em defesa da proibição dos inibidores", diz. O argumento do especialista é estatístico. Segundo ele, enquanto o número de obesos no país crescia, aqueles que tinham acesso ao uso de medicamentos, não. "Toma remédio para emagrecer quem consegue remédio. A maioria absoluta dos obesos vem de classes baixas, que não têm sequer acesso ao tratamento."
Boletim - O levantamento analisou a venda dos inibidores mazindol, femproporex, anfepramona e sibutramina nas capitais brasileiras e no Distrito Federal (DF) entre 2009 e 2011. Todos os dados foram coletados pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC, informe das drogarias da venda de medicamentos de controle especial), além de informações do Ministério da Saúde.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PROTETOR SOLAR - ANVISA


Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta segunda-feira (4) novas regras para a produção de protetores solares. O fator mínimo de proteção solar (FPS), que mede a proteção contra os raios UVB passa de 2 para 6. Já a proteção contra os raios UVA tem que ser, no mínimo, um terço do FPS do produto.
Outras novidades dizem respeito ao rótulo dos produtos. Para alegar que um protetor solar é resistente à água ou ao suor, por exemplo, o fabricante terá que comprovar essa capacidade com testes específicos.
Além disso, a embalagem passa a ter informações obrigatórias. Ela terá de orientar os usuários a aplicar o produto várias vezes ao longo do dia. Também fica proibido alegar 100% de proteção contra a radiação solar.
A norma publicada pelo Diário Oficial da União será adotada em todo o Mercosul. No Brasil, os produtores terão um período de dois anos de adaptação