sábado, 10 de outubro de 2009

Aula Feridas

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DE INFECÇÃO EM FERIDAS

Profª Carleara Rosa

Classificação de Feridas quanto ao Potencial de Infecção

lFerida Limpa: não há processo inflamatório e não houve penetração no trato respiratório, geniturinário ou digestivo.
lFerida potencialmente contaminada: houve penetração do trato respiratório, geniturinário ou digestivo, áreas de difícil anti-sepsia, ou drenadas por meios mecânicos.
lFerida Contaminada: feridas no trato gastrointestinal, penetração no trato geniturinário ou biliar,ferida traumatica recente.
lFerida Infectada: áreas povoadas por microorganismos antes do procedimento cirúrgico, com coleções purulentas, feridas traumáticas, com tecido desvitalizado, vísceras perfuradas, com corpo estranho ou contaminação fecal.
Processo de Cicatrização

lPrimeira intenção ou fechamento primário: a perda tecidual é pequena. A cicatrização decorre da aproximação das bordas por meio de sutura.

lSegunda intenção: a perda tecidual é mais intensa, a lesão é mantida aberta seguindo os processos naturais de cicatrização.

lTerceira intenção: cicatriza-se inicialmente por segunda intenção e a seguir ocorre sutura para aproximação das bordas.
Uso de Drenos em Feridas

lTêm por objetivo remover líquidos que poderiam se acumular na ferida. Ex: pus, bile, sangue, secreção serosa. Geralmente são inseridos em um incisão adjacente à ferida.
lPodem ser : tubulares (Kher), achatados (penrose), com perfuração única ou múltipla, com ou sem coletores.
-Estudos indicam que drenos abertos aumentam o risco de infecção e retardam o processo de cicatrização. (Dealey, 2001).
Fatores de Risco para Infecção em Feridas

lIdade acima de 65 anos, estado nutricional
lUso corticoesteróides, quimioterápicos e outros medicamentos imunossupressores
lTraumas e queimaduras
lNeoplasias Malignas
lProcedimentos invasivos
lInfecções prévias ou paciente já colonizados
Em caso de Feridas Cirúrgicas :Tipo, extensão e duração da cirurgia;técnica cirúrgica ruim, posição dos drenos; tempo de escovação da equipe, qualidade do processo de esterilização dos artigos.

Feridas Cirúrgicas
lCritérios para diagnóstico de Infecção de sítio cirurgico
lCritérios principais: infecção que ocorre até 30 dias após o ato operatório, envolvendo a pele a o tecido incisional.
lCritérios secundários: drenagem purulenta pela incisão superficial, cultura positiva, sinais flogísticos, endurecimento, odor fétido.
-Caso a infecção seja profunda, os critérios são:
lCritérios principais: infecção que ocorre até 30 dias após a cirurgia ( em caso de inserção de prótese, considerar até 1 ano), envolvendo tecidos moles e profundos.
lCritérios secundários: drenagem purulenta, deiscência espontânea ou não, sinais flogísticos, febre >38º, abcesso e endurecimento.
Avaliação Microbiológica de Feridas Infectadas
lTécnicas para realização de cultura de feridas
lBiópsia de tecido: realizada após limpeza prévia com soro fisiológico, ou solução SEM anti-séptico.
lAspiração com seringa: inserção com agulha,após aplicação de anti-séptico na pele íntegra.
lSwab: indica contaminação superficial. Podem ser utizados dois swabs
-Tempo de entrega de material biológico:
lPesquisa de Anaeróbio: 30 minutos
lFerida, tecido: 30 minutos
lFungos: 1 hora
Em caso de utilizar seringa para coleta, dar preferência as do tipo ''Vacuette'' ou proteger a agulha após uso e encaminhar material para análise essa própria seringa
Tratamento de Infecções em Feridas

lAgentes microbianos tópicos: indicados para feridas que não evoluem na cicatrização ou mantém exsudato após 2 ou 4 semanas.

lAntimicrobianos sistêmicos: indicados para infecção com comprometimento sistêmico, após avaliação de exames laboratoriais.
Ações de Enfermagem no Controle de Infecção de Feridas

lLavar as mãos
lUtilização de materiais estéreis na realização do curativo da incisão cirúrgica
lUtilização de equipamentos de proteção individual
lPrecaução padrão – indicadas para todos os pacientes. Barreiras de proteção: luvas, máscaras, óculos, capote.
lPrecaução específica (contato, gotículas, aerossóis, veículos comuns, vetores) Barreiras de proteção: máscara não-cirúrgica, distaciamento de 1,0m / 1,20m, uso de luvas.

Ações de Enfermagem no Controle da Infecção de Feridas
lCuidados com o dreno: realizar curativo com técnica asséptica, manter fixação sem tracionar e controlar débito
lPromover a atenção nutricional do paciente, para tratamento da desnutrição e desidratação
lAvaliar a ferida para áreas de crepitação, edema, coloração, secreção etc.
lRealizar curativo com técnica asseptica.
Ações de Enfermagem no Controle de Infecção de Feridas
lPara feridas cirúrgicas fechadas que cicatrizam por primeira intenção: manter curativo seco, com troca a cada 24 horas.
lPara feridas cirúrgicas abertas que cicatrizam por segunda ou terceira inteção: manter a ferida limpa e úmida, com troca a cada 24 horas ou antes em caso de exsudato.